Jéssica

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Mente quem diz que é feliz sozinho...



A solidão já está dando para se notar... Quando ela não se aguenta, escorre pelos olhos, se transformam nestas linhas, lateja no coração e eu sinto saudades. Saudades do que eu nunca tive, ou do que eu tive medo de querer por ainda não me sentir completa, por ainda achar que aquela não era a hora...
E as horas passam, os dias passam, as pessoas passam e eu permaneço... Estática, parada no mesmo lugar, rodeada pelos mesmos fantasmas, entorpecida pelas mesmas dores, enganada pelos mesmos solítários diálogos tentando encontrar em uma potinha de esperança possível uma saída ou nem que seja mesmo um antídoto para o veneno que eu mesma me implantei. Tenho a necessidade de libertação, de desprender das correntes, cortas os laços... Comigo mesma, com as pessoas, com o mundo. Voltar a ser eu. 
E quem sou eu? O que eu busco? Do que eu fujo? O que eu quero dizer? 
Se as respostas para todas as nossas angústias e medos estão dentro de nós mesmos, como se faz para entrar dentro da gente?

J. Juliana

sábado, 11 de agosto de 2012

O que os olhos viram, o coração ainda sente...



Meus olhos foram ao teu encontro assim que você entrou por aquele portão. Até então, eras um mero desocnhecido, mas por teimosia, curiosidade, até mesmo inocência, eles insistiram em te acompanhar, desde tua chegada até tua ida, tua primeira ida... 
Foi a partir daí que tudo passou a ser sem sentido, nada mais se encaixou, tudo perdeu o lugar, passaste a ser o meu sentido. 
Você me descompassou; me animou; encantou, me desperdiçou; me quis, desquis e minha vida foi sendo regada por este descompasso que surgiu daquele, daquele único olhar.
Foi o que bastou para noites em claro, planos traçados, procuras desenfreadas, buscas inacabadas, telefonemas esperados, beijos desesperados, dias nublados, lágrimas que caíram, horizontes que se abriram, sonhos fracassados.
E eu fico me perguntando como eu estaria, como minha vida seria, o que hoje você significaria se a aprtir daquele instante o meu olhar para você eu não tivesse direcionado...

J. Juliana

E se tivesse sido?


O que me mata é que nunca saberemos como teria sido se por acaso tivesse dado certo... Porque nunca fomos um, nunca quiseste comigo ser também um, nem até mesmo dois em um... Porque nunca houve uma tentativa verdadeira para que desse, daquelas que é pra valer mesmo! Não aquelas conversas soltas e planos inconclusos deixados no ar, jogados ao vento e que só duraram o tempo em que foram feitos. Nunca houve o querer de fato, nunca houve tato, nunca houve a vontade de não ficar mas de permancer, nunca houve o abdicar até mesmo daquilo que nunca soubemos, nem mesmo a vontade de fazer o amor crescer nos pequenos gestos e nos detalhes que sempre estiveram tão presentes e não soubestes enxergar, nunca quiseste de fato tentar...
E estes gestos eu tinha, esta vontade eu também tinha e a me abdicar eu também me dispunha, até o querer, eu sempre quis e tentar sempre permaneci tentando... E esperar eu também me dispus quando a possibilidade de passar muito tempo esperando bateu a porta e feriu a alma.
Mas acontece que eu nunca saberia e também nem poderia amar por nós dois e mesmo se assim eu pudesse, eu não temeria em arriscar, afinal te amar sempre foi meu maior risco.

J. Juliana para E. F.